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A Importância do Marketing para o Desenvolvimento Turístico: O Caso de Montalegre

07 Julho 2009
«A Importância do Marketing para o Desenvolvimento Turístico: O Caso de Sucesso de Montalegre» é o titulo de um artigo da autoria do investigador Ricardo Correia, tendo sido submetido e aceite no 15 º Congresso da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Rural (APDR) a decorrer em Cabo Verde até dia 11 de Julho no qual participam mais de 300 académicos de várias nacionalidades.

O caso de Montalegre será apresentado como um case-study de referência nacional, com sucesso no âmbito do desenvolvimento rural e turístico. Este estudo vem de alguma forma reconhecer a aposta e o trabalho do município na promoção do concelho,  dos seus produtos,  tradições e também reconhecer o papel do Ecomuseu de Barroso na criação da actrividade pelo nosso concelho.

O trabalho é do investigador Ricardo Correia,  docente do Instituto Politécnico de Bragança desde 2003 e licenciado em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde obteve também o Mestrado em Ciências Empresariais com especialização em Marketing e Estratégia.

Segundo o artigo de Ricardo Correia, «nos pequenos destinos rurais que estão fora dos circuitos turísticos grande parte da actividade turística é dependente da actuação municipal.

Para além disso e devido aos escassos meios financeiros que as autarquias dispõem para a sua promoção, é fundamental que as bases para o desenvolvimento turístico sejam verdadeiramente diferenciadas e originais captando por isso mais facilmente a atenção do turista com um esforço de comunicação menor.

No artigo intitulado “A Importância do Marketing para o Desenvolvimento Turístico: O Caso de Montalegre” é retratado o caso de sucesso do concelho Montalegrense uma região que soube criar atempadamente marcas com autenticidade e especializar-se na sua divulgação, o que lhe permite levar a cabo diversos certames que geram procura turística durante todo o ano.

A feira de fumeiro de Montalegre que se afirma como uma das mais dinâmicas do país, ou o fenómeno das sextas-feiras 13 que consegue gerar uma grande procura turística na região, o congresso de medicina popular de Vilar de Perdizes que celebra já a sua vigésima quinta edição e o Ecomuseu do Barroso que funciona como agente dinamizador da região são analisados neste artigo.

O concelho de Montalegre determinou com precisão onde podia ser diferente, onde essa diferença fazia sentido e onde poderia criar valor de forma sustentada. Com consistência e continuidade criou estímulos coerentes que comunicaram essa diferença e promoveu a criação de marcas certificadas de produtos locais que agora se identificam com o destino.

Foi uma actuação ao nível local, orientada para os locais, desenvolvendo-se e criando visibilidade do interior para o exterior da região e que se revela ser a mais adequada para o desenvolvimento turístico do concelho.

Foi desenvolvido localmente todo um pocesso de actuação com base em três valores fundamentais: qualidade, ambiente e memória. Todo o eixo de imagem que se pretende associar a Montalegre passa por estes três valores que estão presentes na assinatura do concelho: “Montalegre uma ideia da natureza”.


Após a definição destes valores fundamentais o município desenvolveu dois eixos de actuação:

1- Apoio e desenvolvimento de eventos que permitissem um primeiro contacto com os produtos locais atribuindo-lhe desta forma visibilidade.

2 - Envolvimento da população de forma a que a produção siga os usos e costumes, para que o ambiente e a paisagem não seja adulterada, para que se valorizem as tradições, e para que o serviço seja prestado com qualidade ao visitante. Grande parte destes objectivos foram consubstanciados no projecto do Ecomuseu de Barroso.


O Ecomuseu de Barroso

O Ecomuseu de Barroso não é um museu típico na medida em que não se confina a um espaço físico. Tem como objectivo promover e valorizar o património cultural, natural e as práticas tradicionais da região procurando simultaneamente conferir-lhes rentabilidade.

A criação deste Ecomuseu resultou da clara percepção que grande parte da atractividade da região reside nos usos e tradições locais sendo portando fundamental captar o interesse dos residentes que ainda os preservam e sensibilizá-los da sua importância para o processo de desenvolvimento turístico.

Fruto de uma educação que face à ausência de fontes de rendimento locais estimulava a partida dos montalegrenses para destinos urbanos, os usos e costumes locais foram-se perdendo.

Era por isso frequente que verdadeiros elementos de diferenciação local como moinhos e espigueiros fossem destruídos e que certos fornos regionais fossem desactivados, ou que certos trilhos estivessem abandonados. Com o Ecomuseu conseguiu-se fazer com que os locais acreditem no valor dos seus usos e da sua diferença.

Esta valorização dos usos locais faz com que as pessoas não se desliguem da terra, contribuindo assim para a diferenciação do destino. Contudo falta ainda conciliar essas características com uma capacidade de gerar negócio

Para além de alguma incapacidade em coordenar estes atractivos tornando-os rentáveis localmente existe um significativo deficit de competências turísticas.

Os habitantes locais são caracterizados pela hospitalidade, pelo bom acolhimento mas não dispõem de competências que permitam que para além da autenticidade possa ser prestado um serviço turístico de elevada qualidade ao turista.

Neste momento em que Montalegre ganha visibilidade e reconhecimento turístico e tem o seu processo de desenvolvimento baseado em fontes de diferenciação sólidas, o empreendedorismo e a formação turística deverão ser as principais apostas do Município para reforçar o seu notável processo de desenvolvimento turístico.»

A Importância do Marketing para o Desenvolvimento Turístico: O Caso de Montalegre